Rivais há décadas, Palmeiras e Santos se destacam no cenário nacional e internacional. Entre eles, os confrontos marcantes e inesquecíveis datam desde a década de cinquenta.
Podemos falar do campeonato paulista de 1959 e, depois, na década de sessenta, com os ídolos Ademir da Guia e Pelé se revezando nas vitórias, no verdadeiro auge do futebol clássico.
Por tudo isso ficou conhecido como clássico da saudade. Saudade de um futebol clássico, bem jogado, o chamado futebol arte e os dois times possuíram, ao longo de suas existências, atletas que podemos chamar de craques.
O primeiro jogo entre ambos foi em 3/10/1915, no Velódromo de São Paulo, em um amisto. O primeiro jogo oficial, pelo paulista, foi em 24/09/1916 – Santos 2 x 4 Palmeiras, na Chácara da Floresta
Em 11 de dezembro de 1932, jogando no Estádio da Ponte Grande, em São Paulo, o Palestra Itália aplicou a maior goleada da história do Clássico da Saudade: 8 a 0.
Já um jogo com lance inusitado ocorreu em 9/10/1983, no Morumbi – eu estava presente, atrás do gol onde se deu o lance. Já nos acréscimos, o Palmeiras perdia por dois a um e num chute de Jorginho, que ia para fora, a bola bate no árbitro José Assis de Aragão e entra no gol, selando o empate. O chamado gol de juiz, embora sendo neutro e, por isso, válido, foi atribuído a Jorginho na súmula.
O maior público registrado foi em um jogo no Morumbi, em 15/10/78, com vitória nossa por dois a zero, com mais de 127.400 presentes.
O Palmeiras é detentor da maior série invicta deste clássico, ficando 15 jogos invicto contra o Santos, entre 8 de julho de 1917 e 6 de junho de 1926.
Em termos de jogos, no geral, temos 320 confrontos, com 133 vitórias, 83 empates e 104 derrotas, marcamos 545 gols e sofremos 464.
Um jogo que merece destaque, também, ocorreu em 2010, quando, em plena Vila Belmiro, vencemos por 4 a 3, após começar perdendo por dois a zero. Neste jogo o atacante Robert se superou e fez três gols. Além disso tivemos a dança do “armeration”, protagonizada pelo folclórico lateral Pablo Armero.
Outro jogo de boas recordações ocorreu em 1976, no Torneio Laudo Natel. Com dois gols de Edu, dois de Erb e um de Toninho, batemos o Santos por 5 a zero.
Já em relação a jogos decisivos, em finais de campeonatos, podemos destacar:
- Campeonato Paulista de 1927, com vitória por 3 a 2 em 4/3/1928;
- Campeonato Paulista de 1959, com Palmeiras 2 a 1 Santos no terceiro jogo;
- Copa do Brasil 2015 – Palmeiras campeão. Jogo final 2 a 1 e vitória nos pênaltis.
Sobre a conquista de 1927, o grande ataque santista formado por Osmar, Camarão, Siriri, Feitiço, Araken Patusca e Evangelista, parou diante do Palestra de Bianco Spartaco Gambinie Heitor Marcelino Domingues, que venceu por 3 a 2 em plena Vila Belmiro. O Palestra sagrou-se bicampeão paulista.
Relembremos o título de 1959. Naquele ano ambas as equipes terminaram com 63 pontos e, nas duas primeiras partidas da final, empataram. No jogo decisivo, o verdão virou sobre o peixe, por dois a um, gols de Julinho e Romeiro. O Pacaembu, naquele 10/01/60, viu desfilar inúmeros craques e, ao final, a vitória verde no chamado supercampeonato paulista de 1959.
Foi o nosso décimo terceiro título do Paulistão.
Foram 41 jogos com 30 vitórias, 7 empates e só quatro derrotas, marcamos 112 gols e sofremos 36.
Dados do jogo decisivo:
Palmeiras 2x1 Santos
Campeonato Paulista de 1959 (3º jogo de desempate)
Árbitro: Anacleto Pietrobom
Palmeiras: Valdir de Moraes; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Valdemar e Geraldo Coto; Zequinha e Chinesinho; Julinho Botelho, Américo, Romeiro e Nardo. Técnico: Oswaldo Brandão.
Santos: Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
Gols: Pelé (14' do 1ºT-SAN), Julinho Botelho (43' do 1ºT-PAL) e Romeiro (3' do 2ºT-PAL).
O mais recente título sobre o rival, vencido pelo Palmeiras, foi na Copa do Brasil de 2015. Após uma vitória de cada time, a decisão foi para pênaltis e, aí, a categoria de Fernando Prass fez a diferença. Pegou um pênalti e, ainda, converteu uma cobrança, nos dando o título.
Foram 13 jogos, com 8 vitórias, 3 empates e 2 duas derrotas. Fizemos 25 e tomamos 14 gols.
Jogo decisivo em 02/12/2015, no Allianz Parque, com 39.660 pessoas presentes.
Palmeiras 2 (4) x (3) 1 Santos
Juiz: Hebe Roberto Lopes.
Gols: Dudu (11' – 1º Tempo; 39' – 2º Tempo) (PAL); Ricardo Oliveira (41' – 2º Tempo) (SAN)
Cartões amarelos: Matheus Sales e João Pedro (PAL); Gabriel (SAN)
PÊNALTIS:
PALMEIRAS: converteram: Zé Roberto, Jackson Cristaldo e Fernando Prass.
Errou: Rafael Marques.
SANTOS: acertaram: Geovani, Lucas Lima, Ricardo Oliveira.
Erraram: Marquinhos Gabriel, Gustavo Henrique
PALMEIRAS: Fernando Prass; João Pedro (Lucas Taylor, 26'/2ºT), Vitor Hugo, Jackson e Zé Roberto; Matheus Sales, Arouca e Robinho; Gabriel Jesus (Rafael Marques, 40'/1ºT), Dudu e Lucas Barrios (Cristaldo, 26'/2ºT). Técnico: Marcelo Oliveira.
SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz (Werley, 28'/1ºT), Gustavo Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia (Paulo Ricardo, 35'/2ºT) e Lucas Lima; Gabriel (Geuvânio, 18'/2ºT), Marquinhos Gabriel e Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.
Com rara felicidade o artista Nelson Screnci retratou o futebol arte dos times. Nossos agradecimentos a Fábio Screnci que nos brindou com esta obra de arte. |
A rica história destes jogos demandaria um artigo bem mais longo, com centenas de passagens belas – para o futebol como um todo. Ficamos neste resumo, para mostrar parte do passado glorioso destes times.
Vejamos alguns vídeos desses confrontos:
Maravilhosas recordações. Nem me lembrava de alguns detalhes. Ótima iniciativa.
ResponderExcluirA nossa história não pode ser esquecida, precisamos preservar isso. O Palmeiras sempre teve grandes confrontos com os paulistas "grandes" com momentos épicos e memoráveis. Nós, como admiradores do Palmeiras, e também de um belo futebol, precisamos resgatar e trazer essas histórias para as novas gerações.
ResponderExcluirMais uma vez, parabéns ao conselheiro pelo belo trabalho que vem realizando. Se tivéssemos mais conselheiros com o mesmo amor que o caríssimo mostra pelo Palmeiras, poderíamos ter resultados ainda melhores.
ESTES DUELOS DE VERDADEIROS TITÃS FORAM E SÃO MARAVILHOSOS. QUEM COMO EU VIU PELE E SUA TURMA SE RENDENDO AOS ENCANTOS DO DIVINO, NÃO PODE SE CONFORMAR COM A POBREZA DO FUTEBOL DE HOJE. JOSEPH
ResponderExcluirOlá Roberto.
ResponderExcluirSou amigo do Fabio Screnci e ele me falou muito bem de você e do site. Estou adorando reviver bons tempos. Parabéns pela iniciativa. Abração. Saudações palestrinas
Atenciosamente,
Mauricio Khouri
1960 !! Tinha nessa época 9 anos e meu pai me levou para assistir a final entre Palmeiras e Santos do Paulista de 59. Até então não torcia pra ninguém. Só fui porque ele me falava que era legal assistir jogo ao vivo... O Santos saiu na frente com um gol do Pelé, mas o Palmeiras empatou e depois com um gol de falta do Romeiro o Palmeiras sagrou-se supercampeão paulista .... Esse jogo serviu pra me tornar palmeirense até hoje....
ResponderExcluirAtenciosamente,
jair machia
Prezados Jair e Maurício, que bom que estejam gostando do site. Ele serve para divulgar informações do clube aos sócios, ser um espaço de debates e, também, de recordações, por isso a série que colocamos recentemente no ar.
ResponderExcluirObrigado pela audiência. Abraços,
Conheço bem tanto o Mauricio Khouri, quanto o Jair Machia. Será ótimo tê-los por aqui. Eles tem muitas historias pra contar e vão enriquecer este site. Foram a muitos jogos, continuam indo e levando os filhos pra continuidade dessa paixão. Abs
ExcluirFinal da Copa do Brasil 2015, quando saiu o sorteio e o segundo jogo seria no Allianz, liguei para meu tio Fabio Screnci, e pedi para que conseguisse o ingresso porque a passagem de Cuiabá a São Paulo, já tinha comprado naquele dia. Sem saber o resultado do primeiro jogo, já tinha marcado a minha presença em uma final histórica a primeira da nova arena, estadio onde quando eu fui nunca tinha perdido para ninguém estava invicto, não poderia ser diferente desta vez, no mesmo ano já teria ido a primeira final do Campeonato Paulista e ganhamos de 1 a 0. Dia 02/12 quarta feira ao invés de trabalhar fui ao aeroporto com a devida justificativa que teria que ver um jogo sensacional. Fui campeão mais uma vez na nossa casa. e voltei as 06:00 para Cuiabá sem dormir para trabalhar mais com a energia de campeão que fiquei acordado o dia todo.
ResponderExcluirBom dia amigos.
ResponderExcluirQue bom que todos tenham a oportunidade de relembrar pelo menos um jogo que marcou contra o Santos. Fiquem à vontade para relatarem suas experiências.