Esta série, sobre nossos craques, exigiria um site próprio, dada a grande quantidade de ídolos. Mas, aos poucos, vamos nos referindo a eles.
Abrimos a série com um craque que não apareceu muito, nem fez parte de nenhuma Academia, ou super times, mas que merece destaque.
Jorge Pinto Mendonça, carioca de Silva Jardim, nasceu em 06/06/1954 e faleceu em 17/2/2006, em Campinas.
Um meia atacante habilidoso – autêntico camisa 8 - e franzino (1,77 mts. e 78 Kg) sabia driblar, se posicionar e chutar com precisão, inclusive faltas.
Iniciou sua carreira em 1972 no Bangu/RJ e, após ser artilheiro (23 gols), foi para o Náutico em 1973, despontando em 1974, quando foi campeão e artilheiro do campeonato estadual, com 24 gols. Foi, então, comprado pelo Palmeiras e apresentado em janeiro de 1976.
Depois do Palmeiras, quando saiu em 1980, seguiu carreira no Vasco, Ponte Preta, Colorado, Cruzeiro, Rio Branco e Paulista. Mas foi só no Guarani que voltou a brilhar, sendo artilheiro no Paulista de 1981 (38 gols) e campeão da Taça de Prata em 1980.
Também jogou na seleção brasileira por 11 vezes, com 7 vitórias e 4 empates, fazendo dois gols. Protagonizou, na Copa do Mundo de 1978, uma cena hilária e, ao mesmo tempo, constrangedora. O técnico Claudio Coutinho mandou ele se aquecer no início do segundo tempo do jogo contra a Espanha e lá o deixou por longo tempo, só determinando sua entrada faltando sete minutos.
A história revela que só não foi para a Copa de 1982 porque Telê Santana entendia inadequado seu comportamento.
Jorge Mendonça, conhecido por “jojô beleza”, teve uma vida atribulada fora de campo, muito irregular, o que lhe causou sérios problemas familiares e financeiros.
Mendonça no Palmeiras. Sua importância.
Jorge Mendonça foi comprado num momento difícil ao Palmeiras.
O Palmeiras desembolsou 700.000 cruzeiros pelos direitos de Jorge Mendonça e outros 800.000 cruzeiros por Vasconcelos e, ainda, cedeu os passes de Fedato, Mário e Toninho Vanusa.
O seu primeiro salário no clube foi de 11 mil cruzeiros mensais.
Pelo alviverde, atuou em 217 partidas (113 vitórias, 62 empates, 42 derrotas) e marcou 102 gols.
Sua estreia foi em 22/2/76, na vitória por uma zero contra a Francana. O primeiro gol foi em 21/3/76, na vitória sobre a Portuguesa Santista e, o último, no empate por um gol contra o Corinthians, em 27/1, sendo sua despedida três dias depois, também contra o mesmo rival, numa derrota por um a zero.
Após o auge da segunda Academia, nos anos de 1972/1974, o time foi aos poucos sendo desfeito: Luiz Pereira e Leivinha foram para a Europa, outros encerraram a carreira (DUDU), o Divino já nos últimos anos de atividade, assim como outros veteranos (Alfredo Mostarda, Edu, Nei) e, assim, o time teve que ser remontado.
O comando foi entregue a DUDU, após saída de Dino Sani, e que passou a atuar com alguns jovens da base (Pires, Valdir, Ricardo), contava com experiência do Divino, Edu, Nei e Leão, além das novidades nas figuras de Jorge Mendonça e seu parceiro Vasconcelos.
Deu resultado. Fomos campeões com somente uma derrota, 17 vitórias e 10 empates. Marcamos 39 gols (sendo 9 de Mendonça) e sofremos 18. O jogo marcante foi na penúltima rodada, contra o XV de Piracicaba. Veja a ficha técnica:
Jogo: Palmeiras 1 x 0 XV de Piracicaba
Data: 18/08/1976
Estádio: Palestra Itália
Publico: 40.283 pessoas (35.533 pagantes)
Árbitro: Romualdo Arppi Filho (SP)
Palmeiras: Leão; Valdir, Samuel, Arouca e Ricardo; Pires e Ademir da Guia; Edu Bala, Jorge Mendonça, Toninho e Nei. Técnico: Dudu.
XV de Piracicaba: Doná; Volmil, Fernando, Elói e Almeida; Muri e Vágner; Pitanga, Nardela (Capitão), Benê (Paulinho) e João Paulo.
Técnico: Dema.
Gol: Jorge Mendonça (39’ do 1ºT)
Assegurado o título, fechamos o campeonato com chave de ouro em uma vitória por 2 a 1 contra o Corinthians, com gols dele.
Nos anos seguintes, Mendonça foi vice-campeão brasileiro em 1978, e foi artilheiro do time, em brasileiros, nos anos de 1976 (seis gols), 1977 (doze gols) e 1979 (quatro gols).
Jorge Mendonça reinou no Maracanã em 1979. O Palmeiras venceu e convenceu na grande vitória sobre o Flamengo por 4×1.
Saudades e reverências a este que ajudou a construir a glória do Verdão.
O time campeão em 1976 |
Pela seleção brasileira |
Veja os gols do título, do jogo das faixas e lances do craque:
(o vídeo acima com narração de Osmar Santos)
Saudades do Jô Jô beleza. Boas recordações e ótima lembrança.
ResponderExcluirÓtima leitura.
ExcluirJorge Mendonça tinha muitas qualidades. Bom driblador, domínio de bola e passe. Exímio batedor de faltas. Hoje não temos nenhum, absurdo. Será dom ou se aprende treinando? Na Copa de 78 ele foi titular, não sei se por contusão do Zico ou se no momento ele estava melhor tecnicamente. Muitos amigos da minha geração comentam muito sobre ele, por isso os mais novos precisam saber detalhes da carreira dele, como os que você vem postando num ótimo trabalho.
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