domingo, 27 de maio de 2018

ARTIGO - MAIO/2018 - O QUE ESTÃO FAZENDO COM O PALMEIRAS!


Prezados palmeirenses, nas últimas semanas estamos vivendo uma situação caótica e fora de controle nos bastidores do clube. 

De início uma operação abafa sobre os conselheiros, para aprovação de uma mínima parte da reforma estatutária que beneficia de forma direta dois personagens: a atual presidência e a patrocinadora. O argumento falacioso: levar o clube ao século XXI. 

Em contrapartida, estas mesmas alas nada fizeram para diminuir o número de conselheiros vitalícios nem para melhor dividir as funções de conselheiro e de diretor, deixando cada um em suas verdadeiras atividades. E, para completar estão sendo divulgadas informações sobre demissão de diretores que votaram contra o projeto de aumento do mandato. 

Sobre estes temas vou escrever nas próximas semanas, para bem mostrar realmente os interesses deste aumento do tempo do mandato da diretoria, até porque caberá aos sócios efetivarem ou não a mudança. 

O que me levou a escrever este artigo, logos após a postagem do anterior, sobre o jogo de ontem, foi a repercussão e o trauma que a forma como o time vem jogando está causando nos torcedores. 

O sócio, torcedor e amigo José Luiz Ghiotto, num pequeno texto, resumiu o sentimento após o jogo de ontem e o que estamos sentindo nesta temporada: 

“Amigos bom dia. Ontem o Palestra me proporcionou um dos dias mais tristes que vivi com esse time que me apaixona desde pequeno e me deu imensas alegrias tornando minhas tardes de domingo as mais felizes que uma criança/ adolescente pudessem ter. Times de guerreiros determinados que até nas derrotas eram reverenciados pela sempre exigente torcida. O que presenciei ontem foi um “ juntado” de seres humanos com o manto verde sem nenhuma representatividade do que é esta nossa nação. Time sem amor, sem determinação onde o tanto faz não alterará o contracheque no final do mês. Isto tem que acabar. Técnico sem sangue e incompetente que não sabe gerenciar pessoas e presidente inocente que pouco sabe da nossa história não podem mais continuar. Somos uma potência esportiva e com certeza a mais promissora da América Latina. Não estamos aproveitando isto pela mais absoluta incompetência. A tristeza e o choro de meus netos e sobrinho jamais sairão da minha retina. Nem eu nem vocês que amamos este clube merecemos o que está acontecendo. Damos bastante e só queremos a contrapartida. Palmeiras Minha Vida e Você” 

Caro José Luiz, é esta a triste realidade de hoje. Quando o clube, no início do ano passado, resolveu misturar política com dinheiro, autorizando de forma muito estranha a participação do patrocinador nos órgãos políticos do clube e que passou a ter total influência nas decisões, o risco de fracasso passou a ser grande. 

Sem pulso perante o dinheiro e perante as organizadas, também beneficiárias das polpudas verbas que apareceram, o clube foi se moldando a uma realidade cada vez mais amadora. Basta ver as contratações pífias, o dinheiro gasto, os contratos aditados que viraram, da noite para o dia, uma dívida de R$ 120 milhões, etc. A cereja do bolo foi esta alteração estatutária em cima da hora. 

Bem, para não me alongar muito, basta recordarmos algumas falas de uma das representantes das empresas patrocinadoras, em entrevista para o lancenet (http://www.lance.com.br/palmeiras/leila-pereira-diz-sobre-relacao-entre-crefisa-ninguem-historia-fez-que-fiz.html, 17/3/2017) que bem indicam esta oscilação da forma como pensar, administrar e lidar com as questões do clube. 

1. Referindo-se aos conselheiros que foram a favor da impugnação à sua candidatura: 
“ Eu não esqueço jamais quem esteve ao meu lado, mas você pode ter certeza absoluta que eu não esqueço jamais quem foi contra mim, quem brigou contra mim, quem falou coisas absurdas, quem apoiou essa impugnação. ” 

2. Referindo-se ao ex presidente Mustafá Contursi: 
“O Mustafá Contursi é a alma do Palmeiras. Ele pensa 48 horas no Palmeiras. Eu sou muito grata por concorrer na chapa dele, muito honrada. É um presidente que trouxe momentos de glórias que nenhum presidente trouxe para o Palmeiras. É um dos que mais trouxeram títulos. ” 

Interessante é que, dez meses depois, para o mesmo site (http://www.lance.com.br/palmeiras/leila-detona-mustafa-diz-que-nobre-nem-aparece-quer-galiotte-reeleito.html), em 2/1/18, a conselheira assim se manifestou: 
“O Mustafá sempre foi muito correto comigo e com o meu marido, nós nos conhecemos há bastante tempo... 

O Mustafá Contursi quer um clube retrógrado, sem profissionais, sem nada... 

Eu estou dando uma oportunidade para que os conselheiros do Palmeiras punam uma pessoa que se acha acima do bem e do mal. ” 

Eu, aqui, não tenho nenhuma pretensão de defender ou atacar nenhum dos citados, apenas coloquei os fatos para lembrar os acontecimentos dos últimos meses. 

Tudo isso reflete no futebol: temos jogadores badalados, se achando craques, acima do bem e do mal; um técnico sem capacidade de comando, bastante teimoso, uma diretoria que mais se preocupa em contratar com base na “grife” e no marketing e não na técnica, não tendo responsabilidade financeira, eis que, até então, a patrocinadora bancava tudo e o risco do clube era zero e, agora, com um elenco caro, numeroso e ineficiente, precisa trocar peças sem ter como. 

Futebol não é improviso, não é amadorismo, não é achismo, não é só querer ganhar em cima das operações. Há o lado técnico, o lado profissional e, principalmente, o lado do torcedor, verdadeira razão da existência do clube. O programa AVANTI mostra isso, relegado, agora, a um segundo plano, porque há outra fonte de dinheiro mais fácil e disponível. 

Todos nós estamos tristes com a situação e a falta de perspectiva de um ajuste definitivo. Vamos oscilar boas e más jornadas a depender da boa vontade e disposição de atletas que recebem entre quatrocentos e oitocentos mil reais ao mês e que não se preocupam 1% com o clube. Ganhamos, que bom; perdemos, que pena; fomos mal, faz parte; o juiz atrapalhou..., são sempre as mesmas respostas padronizadas para o péssimo futebol. 

De que adianta ter um bom percentual de pontos conquistados se, no frigir dos ovos, nada de útil se conseguiu? Como ter confiança se o time em quatro jogos em casa perde um e empara outro? 

Como pensar grande se nos momentos decisivos o emocional do time falha? Mesmos com os altíssimos salários. 

Assistimos a vários times que, mesmo com menos nome e badalação, estão jogando melhor, com alma, com esquema, com variações... 

Enfim, a situação não é confortável e nem vejo perspectivas de solução a médio prazo. 

Acho que passaremos outros momentos ruins como o vivido ontem pelo amigo José Luiz e família. Lamentavelmente.

4 comentários:

  1. Parabéns ao José Luiz que escreveu o que todos nós pensamos e ao conselheiro por ter coragem de mostrar a realidade dos fatos e esta panaceia que virou o clube após as intervenções políticas da patrocinadora. Isso está indo longe demais. Eu como sócio vou votar contra estas pretensões espúrias da reforma do tempo do mandato. Puro casuismo. Julio.

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  2. Gente, é claro que é bom ter dinheiro, muito dinheiro. Só que tem que saber como usar. Desde que esta mistura do dinheiro com a política começou não ganhamos nada, só dor de cabeça.

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  3. Amigos, estava entre os 26 mil torcedores no sábado e realmente o time não tem o espírito de campeão e grande parte do jogo não demonstra vontade vencer. O José Luiz foi perfeito nas colocações, o técnico é inexperiente, mas isso todos sabiam, no entanto ele não tem variações de esquema o que tornou o time previsível, o que tem sido utilizado pelos adversários. A política do Clube também esta contribuindo decisivamente para esses resultados e a Conselheira é a responsável direta, na medida em que esta usando de todas as formas para alcançar seus objetivos, jogando em todas as alas. Só me pergunto qual o motivo dessa "sede" de poder e de chegar a presidência.

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  4. Tudo que foi aqui escrito e comentado é a verdade dos fatos. Com surpresa para mim está no uol que a Mancha fez um encontro com Mattos e Dudu, para cobrar?! E que o presidente não saia??? Onde estamos. Se o resultado do tal encontro foi o futebol de sábado passado, acho que a reunião fez muito mal. E tem gente falando que a iniciativa foi da patrocinadora que, por coincidência é conselheira e mais coincidência ainda, quer ser presidente.

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