O primeiro e o atual presidente |
A Sociedade Esportiva Palmeiras, quando fundada em 1914, sob o nome de Società Sportiva Palestra Italia, fez a opção de escolher seus presidentes a cada dois anos, facultando reeleições.
Ao longo destes 104 anos de existência algumas alterações foram feitas, impedindo sucessivas reeleições. Mas, sempre foi mantida a tradição de troca (ou possibilidade de troca) no comando, a cada dois anos.
Assim é que desde Ezequiel Simoni, em 1914, até Maurício Galiotte, atual presidente, trinta e oito nomes honraram o cargo que assumiram, incialmente por períodos de dois anos.
Nesta trajetória alviverde, muitos dos que ocuparam a cadeira de mandatário chefe o fizeram com brilhantismo; alguns priorizaram a aquisição de patrimônio, outros construíram máquinas de futebol, como as academias, outros investiram em modernização das instalações. Enfim, cada um, ao seu estilo, procurou o melhor para a coletividade, com maior ou menor sucesso e por isso merecem respeito e consideração.
Discordar do ponto de vista administrativo ou da forma de gestão é outro assunto. Mas, a meu juízo, não se pode, e nem se deve, caracterizar tais honrados presidentes com rótulos e, por um único tema, criar um antagonismo desnecessário.
No artigo já publicado neste site, em 3/5/2016, sob título “Outubro de 2016 – nova diretoria do clube”, fiz questão de relembrar todos os presidentes que tivemos e seus períodos de gestão.
Respeitar a história de uma Instituição e dos que dela participaram é dever de todos!
Não tinha a pretensão de, agora, citar nomes dos ex-presidentes, até para não cometer a indelicadeza de omitir algum dado importante. Mas, diante do contexto atual, utilizando dados do site do próprio Palmeiras, onde podem ser encontrados elementos mais completos da atuação de todos os presidentes (indico a leitura, pois constam dados muito ricos da construção do nosso Palmeiras), vamos dar alguns exemplos, meramente ilustrativos, de atuações relevantes ao Palmeiras:
a) Francisco Ferré, que em 2015 levantou a nossa primeira taça (taça Savoya), quando do início das atividades esportivas;
b) Davide Picchetti (1920), que efetuou a compra do terreno do Parque Antártica, alterando o nome para Estadium Palestra Italia;
c) Conde Eduardo Matarazo (1928 a1932), que fez o lançamento da pedra fundamental do Estádio Palestra Italia e construiu a arquibancada social do estádio da época;
d) Dante Delmanto (1932/1934), construção da arquibancada popular, mudando a sede para a rua Palestra, e que esteve à frente da maior goleada contra o Corinthians, por 8 a zero.
e) Mario Frugiuele, que estava no comando, em 1951, quando da conquista da Taça Rio;
f) Carlos Bernardo Facchina Nunes, que em 1992 assinou o primeiro contrato de co-gestão na história do futebol brasileiro e inaugurou a Academia de Futebol (centro de treinamento) na Barra Funda;
g) Affonso Della Monica Netto, que em 2008 assinou a documentação para construção de nossa arena e instituiu urnas eletrônicas para votações no clube, em caráter experimental, e levou o clube ao título paulista daquele ano;
h) Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, que em 2010 deu início às obras da ARENA;
i) Arnaldo Luiz Albuquerque Tirone, que em 2012 teve como marco a aprovação das “diretas já”, com eleição pelo associado e conquistou a Copa do Brasil;
j) Paulo de Almeida Nobre, a quem coube, em 2014, o privilégio de inaugurar a ARENA, assim como destacou-se pela profissionalização e modernização do clube, impulsionando o programa AVANTI e alavancando as nossas finanças, após ter feito, no início da gestão, empréstimos vultosos para cobrir as despesas, todos já pagos pela atual direção encabeçada por Mauricio Galiotte e, de quebra, conquistou um Brasileiro e uma Copa do Brasil.
Mas, eu gostaria de fazer registro aos mais longevos presidentes, e o faço na pessoa de três deles:
1. Paschoal Walter Byron Giuliano:1953/1954, 1971 até 1977 e 1983/1984, que conquistou dois brasileiros e três paulistas, destacando-se, fora do futebol, ainda, pela instalação do placar eletrônico do estádio Palestra Italia, a inauguração do Palácio de Festas, a construção da sala de reuniões da Diretoria e a inauguração das piscinas do clube de campo.
2. Delfino Facchina: 1959 a 1971, 1979/1980, que conquistou três brasileiros, três paulistas e um Torneio Rio São Paulo. Além disso, com ele houve a transformação do estádio Palestra Italia em “Jardim Suspenso”, compra e construção do clube de campo, inauguração da arquibancada da entrada da av. Francisco Matarazzo, inauguração do ginásio Palestra Italia, construção de novas piscinas no conjunto aquático, iluminação do estádio Palestra Itália, construção do Palácio de Tênis e criação do Grupo Escolar de Alfabetização.
3. Mustafá Contursi: 1993 a 2004, que conquistou a nossa única Libertadores, Copa Mercosul, Copa dos Campeões, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, três Paulistas e dois Rios São Paulo. Além disso, adquiriu a área da Academia (CT) de Guarulhos efetuando as primeiras construções, aquisição da área anexa ao clube social, da Cia. Antártica Paulista e outras áreas da rua Padre Antônio Thomas; criou o centro de imprensa do CT da Barra Funda e construiu as piscinas aquecidas no clube.
Tudo isso para resumir que o clube se fez por si só, sem necessariamente a ajuda de terceiros ou patrocínios, mas com o esforço de seus associados, torcedores e dirigentes.
Não havia patrocínio em uniformes na década de 1920, quando da compra do Palestra, nem tampouco quando da construção do jardim suspenso, para bancar as despesas. Nem mesmo se fez uso dele entre 2008/2014 quando se fez uma das melhores arenas do mundo, num modelo pouco usual e, que se não é o ideal, isenta o clube de qualquer dívida.
São atos como os destes dirigentes que enobrecem o clube.
Isso jamais poderá ser esquecido ou jogado na lama por uma questão política de simples aumento do tempo de mandato do presidente.
Acima, foto antiga do saudoso estádio Palestra Itália, ainda sem o conjunto aquático (aprovado projeto de construção em 1949, com Ferruccio Sandoli e inaugurado em 1958, por Mario Beni).
Em tempo: Francisco Ferré, esteve à frente do clube em 1915 e não como constou.
ResponderExcluirBom dia Roberto,
ResponderExcluirBom artigo, boa dica de leitura! Espero que os seguidores reflitam e reforcem junto aos associados a necessidade de se avaliar a melhor escolha e que esta seja a mais benéfica ao Clube.
Wagner, o objetivo destes artigos são só este mesmo: mostrar ao associado os fatos reais, para que ele possa definir com consciência o seu voto. Abços.
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