Por que gastamos tanto, aumentamos o passivo do clube e não temos títulos nem o retorno financeiro?
Posso elencar, sem medo de errar, cinco grandes fatores para esta triste realidade.
1. Questões Administrativas. A política em primeiro lugar. As picuinhas para afastar “possíveis” opositores ao projeto da direção. Torcida organizada no CD.
2. A confusa e inoportuna mescla nos papeis: patrocínio x CD x pretensão à Presidência. Interesses conflitantes. As alterações contratuais em prejuízo do clube.
3. A irresponsabilidade fiscal. Equilíbrio só à custa de empréstimos e venda de promessas.
4. Falta de rigor técnico nas contratações. Alto custo. Esgotamento do modelo.
5. O não aproveitamento da base.
Vamos, resumidamente, falar sobre cada item.
1. Questões Administrativas
1.1.A política em primeiro lugar.
Para ter sustentação política, o grupo que assumiu o clube optou por inchar a diretoria, nomeando mais de 150 membros, dentre os quais, uma centena de conselheiros. Diretor é, por natureza, subordinado ao Presidente.
Com isso, ficou claro que o modelo de administração é: “eu faço o que quero e tenho respaldo do CD”, na medida em que praticamente a metade está comprometida com a participação na administração do clube.
O órgão que se opunha a tal postura era o COF e, por isso, foram minando as resistências, até que se obteve, também lá, a maioria necessária para aprovar o que fosse de interesse.
Para completar, na presidência dos dois órgãos de fiscalização, seria necessário colocar pessoas alinhadas aos projetos, e assim foi feito.
Hoje, portanto, não há condições de se afirmar que as deliberações dos órgãos colegiados sejam sempre de interesse do clube, mas, sim, são as que interessam à administração.
Isso não é bom!
Não bastasse isso, de 2017 para cá, passou-se a tratar a reforma do estatuto como uma forma para adequá-lo ao projeto de poder. Foi fatiada a reforma e pinçados temas de interesse próprio. Estamos construindo uma grande colcha de retalhos. Uma pena, porque já havia um texto pronto e completo.
Mas não é só. Para barrar qualquer tentativa de obstrução ao sucesso do projeto, era preciso eliminar os concorrentes e, por isso, esdrúxulos procedimentos foram instaurados e decididos de forma pouco jurídicas.
Com este turbilhão de ações, um rolo compressor vai abrindo caminho e esmagando possíveis vozes discordantes.
É incrível como dezenas de colegas de CD mudaram de opinião de forma tão radical. É incrível como correntes, históricas e recentes, tão opostas, se alinharam em torno deste projeto.
O maior problema não é essa associação, mas sim o que estão fazendo com o clube, os riscos destes procedimentos.
Todos nós queremos um clube melhor e campeoníssimo, mas há limites e regras para tal consecução. Não podemos afundar o clube em obrigações futuras e, depois, simplesmente, largarmos tudo.
Um projeto qualquer, ainda que bom, não significa que não possa sofrer críticas e ter ajustes, mas tem que ser feito de forma bem democrática e participativa, especialmente com os associados.
É preciso saber ouvir um não ou um argumento diferente.
Além de ter se tornado quase um órgão auxiliar da diretoria, o CD acabou por perder sua identidade e deixou, de certa forma, de representar os interesses dos associados – o CD é o órgão coletivo de representação do sócio. Hoje ele representa os interesses da diretoria, dos patrocinadores, do departamento de futebol e da torcida.
Muito disso decorre da composição: número significativo de vitalícios que perdem o contato com a base, ou seja, os associados, e ingresso de membros de torcidas organizadas.
Nada contra, mas afinal o CD do clube é de atuação pelo clube, para os sócios, e não só no futebol. Se não abrirmos os olhos para isso, chegaremos em situação econômica insustentável à Instituição Palmeiras, só pensando no futebol.
Os interesses da torcida não são necessariamente os mesmos que dos associados e do próprio clube.
Posições hoje são tomadas no clube com claro caráter – a meu juízo – de mera retaliação por ocorrências de caráter pessoal no passado.
Isso é péssimo para o clube, como um todo.
Criar ambientes para fomentar estas discussões, revolver situações e impedir o progresso são iniciativas ruins. Volto a dizer, o clube nada ganhará com esta história do “eu contra você”.
2. A confusa e inoportuna mescla nos papeis: patrocínio x CD x pretensão à Presidência. Interesses conflitantes. As alterações contratuais em prejuízo do clube.
Em 2015 um sopro de esperança bateu à nossa porta. Duas empresas de mesmos administradores resolvem bancar o clube, oferecendo um patrocínio nos uniformes de valores até então inimagináveis.
Para melhorar, então, vieram os contratos de patrocínio vinculados ao programa AVANTI, para aquisição e exploração da imagem de novos jogadores.
Com isso, sem risco para eventual devolução do numerário, pois a devolução estava condicionada apenas à venda do jogador e somente pelo preço que se conseguisse, fomos às compras. Barrios e Dudu foram os primeiros.
E, aí, veio o primeiro grande equívoco. Falta de critério em algumas destas contratações. Muito por responsabilidade do diretor Alexandre Mattos.
Os erros de estratégia das contratações se evidenciaram a partir de 2015 e 2016.
Dinheiro fácil era gasto com mais facilidade ainda.
Mas, o pior veio em 2017, quando os representantes dos patrocinadores assumiram cadeiras no CD do clube.
Começaram a ter dois papéis distintos: tinham interesses financeiros das empresas e tinham que defender o clube.
Para piorar, um estranho procedimento administrativo foi feito para legitimar uma doação de título benemérito, retroativo a 1996, para possibilitar uma das candidaturas.
A partir de então, uma terceira faceta se apresentou: o evidente e público interesse em assumir a cadeira da presidência do clube.
Legítimo interesse, diga-se de passagem, acessível a qualquer um que preencha as condições do estatuto.
Mas...
Estas três funções não são compatíveis e há evidente conflito de interesse, pois decisões administrativas como agente financiador e posicionamento no CD podem refletir defesa de interesses outros que não o do clube, mas próprios.
Misturar política, dinheiro e administração em busca do poder não dá bom resultado. O conflito acaba aparecendo.
A prova cabal disso está nesta questão dos aditamentos dos contratos de patrocínio para aquisição dos atletas.
Como foi largamente divulgado pelos interessados, não se tratava de empréstimo, mas sim de doação “Tem que contar que a Crefisa deu seis jogadores ao Palmeiras. Esses jogadores não pertencem à Crefisa, pertencem ao Palmeiras. Nós compramos e demos para o Palmeiras. Nós não emprestamos dinheiro para o Palmeiras, nós doamos” (Link aqui).
E, de fato, os contratos e os balanços do clube revelam isso. O clube só tinha que devolver o dinheiro em duas situações: em caso de venda ou em caso de término do vínculo por culpa do próprio clube. Fora disso não tínhamos nenhuma obrigação e nenhum risco, pois a devolução estaria limitada ao valor auferido na eventual venda do atleta.
Este excelente negócio, um verdadeiro presente, foi um sonho que virou pesadelo.
Ao atender ao reclamo dos representantes das empresas, o Presidente, às escuras e sem conhecimento dos demais órgãos, afastado de suas funções, assinou contratos com efeitos retroativos, nos impingindo, a rigor, uma dívida de mais de R$ 150.000.000,00, posto que, agora, aquelas doações viraram empréstimos com pagamento a curto, médio e longo prazo. Foi um presente de grego no Natal de 2017.
O interesse era único dos patrocinadores em tais alterações e, como administradores das empresas foram atrás da solução que lhes interessava, legitimamente.
O presidente em exercício, Gennaro Marino, na data que consta no documento - 26/12/17, sequer sabia de sua existência.
O titular estava de licença e fora do país. Apesar disso, o documento foi assinado com data retroativa no final de janeiro, tendo sido utilizado para adequar o balanço da empresa em 2017. Já o clube não o utilizou para o mesmo fim de corrigir o seu balanço.
O blog do Ohata em poucas linhas bem definiu a questão: “As alterações contratuais mudaram a maneira como a financeira contabiliza os aportes que faz no clube para a contratação de jogadores. Antes, os gastos eram registrados como despesas de marketing. Assim, o valor era descontado do lucro da empresa, reduzindo os impostos a serem recolhidos. Após denúncia à Receita Federal, que resultou em multa à Crefisa, os gastos com contratações passaram a ser registrados como empréstimos após celebração de aditivo em janeiro deste ano“ (Link aqui)
Tudo isso está sendo apurado na esfera criminal.
É o típico exemplo do conflito de interesses nas posições que mantém no clube: defesa das empresas que representam e que patrocinam o clube e falta de interesse na defesa das finanças do Palmeiras.
O conflito se configura quando o agente, autor ou partícipe de uma decisão, tem um interesse pessoal que pode levá-lo a não agir no melhor interesse da empresa, no caso, do clube.
Que fique claro: o clube tem os jogadores e, ao vendê-los, poderá arrecadar o suficiente para devolver as quantias pagas, com juros e correção. Mas, antes dos aditamentos, não tínhamos esta obrigação, nem o risco de não conseguir o suficiente na venda e colocar a diferença, pois muitas contratações tiveram preços acima do mercado ou do razoável. Agora, se não atinge o valor emprestado, o clube banca a diferença.
Ou seja, o clube, no fim, foi ludibriado. Comprou os jogadores, com recursos alheios “doados”, sem se preocupar com preço e, ao final, acabou assumindo os riscos do negócio. Certamente, soubesse ele que teria que assumir eventuais pagamentos, teria tido mais cuidado nas aquisições, feitas pelo diretor remunerado que, mesmo assim, deveria ter feito uma avaliação técnica/econômica mais realista.
Outro ponto importante, para demonstrar que esta mistura de papeis não funciona e é, no mínimo, incoerente.
Na reforma do estatuto, além de só se colocar o que era de interesse do grupo – e na próxima minirreforma será ainda mais visível isso - no plenário os representantes legais das patrocinadoras votam de uma forma e, na assembleia de sócios, defendem outra.
Sim, para diminuição do número de conselheiros vitalícios, votaram a favor no plenário do CD, sem que tenhamos alcançado quórum para mudar, mas, na assembleia, como o que valia era o slogan “sim” tiveram que defender que não fosse mudada a decisão do CD, pois, caso contrário, um “não” teria que ser defendido.
Ora, ora, ora, o que é mais importante para o clube, um mero e conveniente slogan de campanha ou uma mudança que, sim, traria benefícios ao futuro do clube e representaria modernidade?
Em resumo. Misturar política e dinheiro, visando interesses pessoais no futuro não dá certo!
3. A irresponsabilidade fiscal. Equilíbrio só com empréstimos e venda de promessas.
A administração se orgulha e rebate os críticos dizendo que conseguiu superávit, que estão equilibradas as finanças, que temos o elenco que vale meio bilhão, etc.
Não é bem assim. Quem tiver curiosidade, entre no site do clube e verá, pelas previsões orçamentárias e balanços, que estamos nos afundando em passivo a longo prazo.
Ainda verão que não respeitamos as previsões orçamentárias, que gastamos muito mais que o previsto e que arrecadamos mais com a venda de atletas, especialmente da base. Assim, receitas e despesas sobem e dá aparência e normalidade.
Exemplos. Vendemos recentemente Moisés (6,5 milhões de euros, cfme. Link aqui) e Lucas Cândido (10 milhões de euros por 85% dos direitos econômicos, cfme Link aqui).
Ora, isso totaliza mais de 64 milhões de reais. Pois bem, a previsão de receita na rubrica venda de jogadores girava em torno de 50 milhões.
Ou seja, o orçamento foi desconsiderado e haverá distorções grandes ao final do ano. Tanto pelas receitas extras, como por gastos maiores que os previstos, com as recentes contratações e, sempre que necessário, buscando ajuda dos patrocinadores em empréstimos a longo prazo (vinculado aos atletas).
Mais ainda, estas eliminações precoces, além de evitar arrecadações altas no Allianz, desestimulam o pagamento em dia do AVANTI e afastam as premiações previstas pela CBF e pela própria patrocinadora. Todos estes valores somados alcançam cifras altas e, com isso, a expectativa da receita diminui. Resultado, vendem-se atletas da base, futuras promessas, para impedir o rombo.
E assim o clube vai vivendo.
4. Falta de rigor técnico nas contratações. Alto custo. Esgotamento do modelo.
Este ponto é de suma importância. Se em 2015 aceitamos contratações dúbias, hoje isso não pode ser admitido.
Temos dinheiro, temos credibilidade, temos elenco, não dá para sair por aí pechinchando e trazendo jogadores “meia boca” por preços de craques, indo atrás de conversas de empresários.
Alexandre Mattos, como diretor remunerado, tem o dever de acertar sempre. Um amador pode se enganar, um profissional não.
Uma pessoa do clube investida no cargo de diretor, por desconhecimento, pode até errar e contratar alguém sem tanta técnica, por dinheiro acima do razoável, pagar comissões fora do mercado, etc. Mas, um diretor bem remunerado não pode fazer isso. Não pode fazer do clube um balcão de negócios ou trampolim de determinados agentes de jogadores.
Ora, vejamos a lista de jogadores da era Mattos:
Athur Cabral – 50% dos direitos econômicos = R$ 5,5 milhões (Link aqui)
Zé Rafael: 70% dos direitos econômicos - 14,5 milhões (Link aqui);
Matheus Fernandes – 75% dos direitos econômicos = 15,5 milhões (Link aqui)
Vitor Hugo – R$ 21,1 milhões (Link aqui)
Carlos Eduardo – R$ 25,2 milhões (Link aqui)
[2] Tivemos as negociações sem pagamento de direitos econômicos, mas com altos salários e luvas, para compensar:
Luiz Adriano, R$ 43 milhões por contrato de quatro anos (Link aqui)
Ramirez – R$ 1 milhão de reais por mês, totalizando R$ 48 milhões pelo contrato de quatro anos (Link aqui)
O modelo se esgotou. Há necessidade de uma mudança. O desempenho mostra isso. Precisamos de novos projetos.
São incompreensíveis, do ponto de vista econômico e técnico, algumas das contratações. Coisa mesmo inexplicável!
O diretor remunerado, os departamentos de avaliação, médico e físicos não poderiam aceitar passivamente diversas destas aquisições que, a toda evidência, para qualquer leigo que acompanha futebol, mostravam que não dariam certo.
Nem me venha com argumento, “mas o técnico pediu”. Ridículo.
5. O não aproveitamento da base.
Quando há um espaço, os jovens aproveitam e somem logo depois, vendidos. Por isso, casos de Fenando e Gabriel Jesus são exemplos. Assim que apareceram já foram embora.
Zé Rafael: 70% dos direitos econômicos - 14,5 milhões (Link aqui);
Matheus Fernandes – 75% dos direitos econômicos = 15,5 milhões (Link aqui)
Vitor Hugo – R$ 21,1 milhões (Link aqui)
Carlos Eduardo – R$ 25,2 milhões (Link aqui)
[2] Tivemos as negociações sem pagamento de direitos econômicos, mas com altos salários e luvas, para compensar:
Luiz Adriano, R$ 43 milhões por contrato de quatro anos (Link aqui)
Ramirez – R$ 1 milhão de reais por mês, totalizando R$ 48 milhões pelo contrato de quatro anos (Link aqui)
O modelo se esgotou. Há necessidade de uma mudança. O desempenho mostra isso. Precisamos de novos projetos.
São incompreensíveis, do ponto de vista econômico e técnico, algumas das contratações. Coisa mesmo inexplicável!
O diretor remunerado, os departamentos de avaliação, médico e físicos não poderiam aceitar passivamente diversas destas aquisições que, a toda evidência, para qualquer leigo que acompanha futebol, mostravam que não dariam certo.
Nem me venha com argumento, “mas o técnico pediu”. Ridículo.
Técnico tem que ter responsabilidade e saber sua posição na hierarquia do clube e se é para contratar o que o técnico pede, não precisa gastar com tantos profissionais. Mais ainda, se confia cegamente no técnico, não deve mandá-lo embora no meio do contrato, porque ficam os seus protegidos. Vimos isso no clube já há anos (Pedidos de Oswaldo de Oliveira, Marcelo de Oliveira, Eduardo Batista, Roger, Felipão).
Por fim, estamos cansados das mesmas pessoas responsáveis pelo comando da gestão afirmarem que seus opositores não querem um Palmeiras forte e competitivo. Eu não sou opositor ao clube e...
EU QUERO E EXIJO UM PALMEIRAS FORTE E COMPETITIVO, MAS QUE ATUE COM INTELIGÊNCIA E RESPONSABILIDADE.
Eu pergunto a quem está me dando a honra da leitura: 1. NO QUE O PALMEIRAS SE TORNARIA MAIS FRACO SEM AS PRESENÇAS DOS SEGUINTES JOGADORES? 2. O QUE DEIXARÍAMOS DE GANHAR DE TÍTULOS SEM ELES?
Vamos à lista: Emerson Santos, Nico Freire, Erick, Felipe Pires, Carlos Eduardo, Artur Cabral, Juninho, Michel Bastos, Fabricio, Regis, Aranha, Felype Gabriel, Ryder, João Paulo, Roger Carvalho, Vagner...
E faço mais uma pergunta: O quanto economizaríamos sem estas contratações? Valores referentes a direitos econômicos, luvas, imagens, corretagem, impostos e salários?
O tal de Nico Freire passou seis meses comendo, bebendo e treinando; conheceu o Brasil, vários estados, cidades e jogar que é bom, nada. Pagamos R$ 770.000,00 pelo empréstimo, fora os salários (Link aqui)
Emerson Santos foi adquirido pagando só luvas e salários, mais de R$ 5.5 milhões pelo período total do contrato de quatro temporadas e nunca ficou por aqui, só emprestado. (Link aqui)
Todos citados em nada acrescentaram ao lado técnico de nosso grupo.
Excluindo dos gastos do clube todos os reprovados, ou mesmo só aqueles que não deixam margem a dúvida, porque sequer jogaram, e veremos a economia.
E tem mais, como se sustenta pagar ao longo do contrato perto de cinquenta milhões a Lucas Lima (Link aqui), 25 milhões pelos direitos econômicos de Carlos Eduardo, para sequer serem utilizados com alguma frequência. E, quando jogam, não demonstram capacidade técnica, física ou emocional.
E a que preço chegaram Ramirez, Luiz Adriano, Vitor Hugo e em que condições físicas e técnicas?
A questão não é de simpatia ou antipatia pelo atleta, é matemática: somem números de jogos, produção em cada partida e custo final.
Vale a pena, por outro lado, a cada possível investida – seja concreta, sondagem ou especulativa – reter atletas, dar aumentos polpudos, acrescer tempo de contrato, mas ainda aguentar má vontade, porque são valores menores do que receberiam pelas transferências?
Como segurar um vestiário e ter harmonia no grupo com tanto dinheiro para alguns?
Seguramente poderíamos estar gastando bem menos do que os atuais R$ 46.600.000,00 ao mês com o departamento de futebol, sem ter nenhum centavo de prejuízo técnico.
Faço, então, mais uma pergunta: quem pediu ou quem autorizou tais contratações?
O PRESIDENTE TEM QUE VIR A PÚBLICO E ESCLARECER MUITO BEM ESTAS QUESTÕES.
AS DÍVIDAS VÃO FICAR QUANDO O MANDATO DELE ACABAR. É HORA DE EXUGAR, COMEÇAR A PAGAR ESSE DÉBITO (INDEVIDO) COM A PATROCINADORA E ECONOMIZAR NOS GASTOS MENSAIS.
TER TIME FORTE E CAMPEÃO NÃO É TER TIME CARÍSSIMO. Isso estamos vendo desde 2017.
5. O não aproveitamento da base.
Nossa base, em especial do sub 17 ao sub 20, está ganhando quase tudo que disputa, já há alguns anos, inclusive o bi mundial.
É uma safra boa que, infelizmente, não vem sendo aproveitada.
Este projeto que hoje comanda o clube prefere a grife, a contratação de impacto, que vai para a mídia, para os holofotes, tanto os jogadores, como diretoria e o financiador...
Quando há um espaço, os jovens aproveitam e somem logo depois, vendidos. Por isso, casos de Fenando e Gabriel Jesus são exemplos. Assim que apareceram já foram embora.
Confira saída de jogadores do Sub-20 do Palmeiras em 2019, segundo site Chuteira FC:
Luan Cândido (18 anos) – lateral-esquerdo – RB Leipzig (Alemanha) – vendido por 10 milhões de euros
Iago (20 anos) – zagueiro – Vitória SC (de Guimarães, Portugal) – Palmeiras tem 30% para uma futura negociação
Willian Gabriel (19 anos) – zagueiro – Paraná – retorno de empréstimo
Mateus Barbosa (20 anos) – zagueiro – Figueirense – retorno de empréstimo
Thiago Alves (20 anos) – meia – Novorizontino – retorno de empréstimo
Marcos Antônio (19 anos) – meia – Coimbra-MG – retorno de empréstimo
Josué Nascimento (20 anos) – atacante – Nacional-SP – retorno de empréstimo
Papagaio (19 anos) – atacante – Atlético-MG – empréstimo até dezembro 2019
Alberto Magno (20 anos) – zagueiro –Taubaté – retorno de empréstimo
Kaio Ellyson (19 anos) – zagueiro – XV de Piracicaba – retorno de empréstimo
Hélio (19 anos) – lateral direito – Remo – retorno de empréstimo
Marcel (19 anos) – lateral direito – rescisão de contrato (sem clube)
Vitor Jesus (20 anos) – meia – rescisão de contrato – (estava emprestado ao Atlético-MG e vai em definitivo – Palmeiras mantém porcentagem de seus direitos econômicos)
Ora, fora estes, temos muitos outros que saíram sem custos, pelo fim do contrato, diante da eventual má gerência na análise da questão.
E tantos outros, como Arthur, que vem jogando bem no Bahia e nunca teve uma chance e uma sequência por aqui.
Será que nenhum destes citados teria condições de pelo menos completar o plantel?
Será que investir em veteranos machucados, como Henrique Dourado, é melhor que dar oportunidade a Papagaio?
Essa é uma questão a ser reavaliada. Investimos na base, melhoramos o centro de treinamento e, no final, fazemos o trabalho para os outros que recebem os garotos já formados e ganham fortunas.
Ora, se era para ter um time alternativo, para alguns jogos ou competições, não seria melhor mesclar esta equipe com este pessoal jovem, que quer aparecer, que vão ter vontade de jogar?
Vários clubes hoje têm em suas equipes jogadores formados na base. Nós, vamos no caminho oposto. Estes times conseguem economizar e ganhar títulos e nós, na contramão, empilhamos decepções e dívidas.
O QUE PRECISAMOS FAZER PARA APROVEITAR O MOMENTO FINANCEIRO E CRAVAR O NOME DO CLUBE NOS TÍTULOS e TAÇAS?
Basicamente uma filosofia: administrar pensando no clube.
Não há planejamento eficaz se o intuito é ganhar lá na frente, tirar vantagem pessoal, etc.
Separar o que é política, do que interesse econômico, deixar os órgãos agirem com independência e autonomia, o que o estatuto lhes obriga.
Como se diz popularmente, “cada macaco no seu galho”: patrocinador é patrocinador, conselheiro é conselheiro, diretor é diretor. Cada um querendo ter dois ou três papeis não é nada profissional e benéfico ao clube.
Quando a comissão plúrima de reforma do estatuto sugeriu normas para esses controles (regras claras quanto ao acúmulo de cargos e envolvimento econômico, por conflitos de interesses; diminuição de conselheiros diretores; menos diretorias; limitação de mandatos; diminuição de vitalícios, etc.), foram elas abortadas por quem tinha interesse na manutenção deste controle sobre o todo. E era esta administração. É uma visão administrativa que, para mim, é perniciosa.
As alterações estatutárias devem ser vistas como algo muito sério e precedida de estudos para que não fiquem como um amontoado de artigos que mudem a cada administração.
É preciso deixar de lado o “eu contra você” ou “está comigo ou é meu inimigo”.
O clube não precisa e não pode ter patotinhas que manobrem as coisas de acordo com seus interesses.
Administrar com austeridade e inteligência. Não é no nome e na badalação que vamos vencer.
Grife não vence campeonato, mas apenas luta dentro de campo.
Pés no chão, criatividade, inteligência e profissionalismo. Basta isso.
Palmeirense, vamos nos esforçar e exigir que se implementem estes conceitos. Compre esta luta.
#quero mudar para melhor#
Lamentável o que estão fazendo com o nosso Palmeiras e poucos tem a sensibilidade de perceber o grande buraco em que estamos entrando.
ResponderExcluirOlá Fleury,
ResponderExcluirEnquanto o Palmeiras tiver conselheiros como você teremos esperanças. Força, muita força e persistência.
Abs do
João Jeronimo
Excelentes considerações, meu caro.
ResponderExcluirEsperemos que a situação não se transforme em tragédia.
Cordial abraço,
Ricardo
Perfeito. Exatamente o que penso. A situação não resiste a uma conta de padaria.
ResponderExcluirOnde vamos parar????
Abraço!
Fleury,
ResponderExcluirÓtimos artigos, trouxe de forma clara, de fácil leitura e entendimento os problemas do Palmeiras.
O que se vê, para quem frequenta o Clube é esse emaranhado que sustenta grupos com o interesse nítido de se perpetuar no comando, que antigamente era por pura vaidade, mas que agora não se pode admitir apenas essa finalidade.
No passado havia problemas muito semelhantes, em menor proporção é certo, mas a Diretoria era ativa e defendia os interesses do Clube, o que não se vê neste momento.
A reforma estatutária é iminente e devemos lutar para que contemple regras rígidas de compliance.
Caro senhor Roberto, boa tarde.
ResponderExcluirExcelentes artigos, apontamentos precisos. Quero lhe parabenizar pela coragem de mostrar claramente nossos problemas. O que não precisamos é de conselheiros isentos e que mesmo com tudo que está acontecendo não se manifestam, e seguem conforme a política determina. Precisamos de pessoas como você, que tem lado, e esse lado é o do Palmeiras.
Parabéns também por todo conteúdo que o senhor disponibiliza aqui, nunca vi nada igual.
Abraço.
Prezado Roberto Fleury,
ResponderExcluirVocê (permito-me chamá-lo assim para evitar formalismo excessivo), além de palmeirense apaixonado, é um estudioso do clube, de sua história e, no geral, faz análises criteriosas das antigas e da atual administração.
Concordo com praticamente tudo que foi analisado nas suas reflexões, ressalvando somente que, no tocante às contratações, o seu sucesso, mesmo que orientado por critérios de exame de desempenho do atleta, do perfil de sua conduta, indicação técnica, etc., dificilmente alcança nível satisfatório, correspondente ao investimento financeiro realizado.
O Grêmio, que conta com um presidente esclarecido (um dos poucos no cenário do futebol) é uma exceção. Mescla poucas contratações acertadas como Pedro Geromel, Kanneman, Everton, com atletas formados na base, Luan (este em declínio no momento, mas decisivo na conquista da Libertadores em 2017), o médio volante Artur (atualmente no Barcelona), o atacante Pedro Rocha, atualmente no Cruzeiro, (sem o mesmo nível técnico dos anteriores, mas que deu bom retorno financeiro ao clube). Além disso, foi feliz em trazer de volta Renato Gaúcho, identificado com o clube do qual é ídolo, e que vem fazendo, nesta sua passagem, a sua melhor performance como técnico de futebol. A ponto de aproveitar atletas aparentemente sem muita cotação no mercado (Leonardo, lateral direito, Cícero, volante, Cortez, lateral esquerdo, e outros), mas que renderam bem para o time.& lt; br /> Talvez, o Grêmio seja o exemplo mais apropriado para o Palmeiras se inspirar em termos de projeto de futebol para o time, apesar de nunca ter sido clube formador de atletas. Acompanhando futebol desde a década de 50, é triste constatar que o Palmeiras somente revelou um grande jogador (se é que assim se pode dizer, pois veio, ainda juvenil, do XV de Novembro de Piracicaba), Altafini, o nosso Mazzola, que seria titular de qualquer grande clube e seleção, como foi aliás.
O mais próximo dele foi o Gabriel Jesus, ainda muito longe de Altafini, mas com potencial para ser uma referência no futuro.
Não sei o que acontece, mas, mesmo ganhando todos os títulos recentes nas categorias de base, os jogadores que saem do Palmeiras demoram para amadurecer (Elias, volante, Geromel, zagueiro, etc.), ou nunca o fazem, como referido em sua longa coluna de atletas emprestados ou dispensados.
E não é fácil mudar essa mentalidade que está arraigada na tradição do Palmeiras. Precisaríamos de um presidente forte e determinado. E isso está longe de acontecer.
Desculpe por ter me alongado, mas você é o único canal de comunicação que tenho dentro do clube. Abraço. Renê.
Parabéns Roberto pelo seu relato.
ResponderExcluirEstamos jogando dinheiro pela janela, contratações de jogadores ridículos, uma vergonha.
Eu mesmo já deixei de pagar as mensalidades do club e do sócio avanti.
Não vou jogar dinheiro fora, o Sr. Matos, p Sr. Felipão e o Sr. Galiotti tem que dar mais explicações sobre contratações que até agora não foram explicadas
Felipe Pires, ridículo esse cara não joga nem na várzea.
Estamos virando motivo de charcotas, gozações de tudo quanto é tipo.
Uma vergonha pra que é Palmeirense de coração.
Abraço.
Uma conta simples. Praticamente o Mattos contratou o equivalente a 6 equipes. Não tem ninguém na Diretoria que contesta a atuação desse "profissional"?
ResponderExcluirFleury, sem contar que muitos jogadores foram contratados contundidos e alguns nem chegaram a jogar.
O clube caminha para uma modernização, mas a administração do futebol, no campo e fora dele, está vivendo em tempos de atraso.
Quanto à política, me parece que fazem como na piada do homem que surpreende a esposa com outro homem no sofá. De raiva ele jogou o sofá fora. \
No Palmeiras com tantos erros de administração, tentam tirar Belluzzo e Nobre dos quadros de conselheiros. Essa é a verdadeira piada.
sds
Valeriano
Roberto, muito boa a sua pesquisa e análise desta situação. você está dividindo estas informações coletadas com os demais membros do CD? Tem alguma ação sendo tomada, pois a preocupação com o clube e as obrigações a que todos estamos sujeitos, como sócios do clube é grande! Como estes gastos que estão sendo equacionados? Isso é muito alarmante. Não é possível que uma diretoria tenha um cheque em branco para poder ficar tomando decisões e compromentendo todo uma entidade! Eu acredito que independente do futebol, quer ele esteja bem, quer esteja mal, o clube tem toda a parte esportiva e social que precisa ser preservada!
ResponderExcluirAbraços
Luis