ARTIGO - JULHO/2020 - A VOLTA DO FUTEBOL. SIMPLESMENTE UM DERBY DIFERENTE

Nesta próxima quarta-feira teremos mais um derby envolvendo o “porco” e o “gambá”.

Este poderia ser apenas mais um jogo para a estatística dos confrontos. Já triunfamos de forma estrondosa (8 x 0); já fomos campões várias vezes sobre eles, já os eliminamos na libertadores por dois anos seguidos e etc.

Mas, este será um clássico diferente, por várias razões.

1. A pandemia, que paralisou não só o futebol, mas como a vida das pessoas, está trazendo lições à humanidade, nos deixando com medo, incertezas e dúvidas. E esta volta do futebol é um bom exemplo. Seria mesmo o momento de voltar?

Qual o real risco à saúde dos atletas e de todos que estão em volta do jogo: árbitros, equipes de apoio, comissões técnicas, gandulas, profissionais da saúde, segurança, imprensa, etc.?

No Rio de Janeiro tivemos vários exemplos: a cada rodada surgiam casos de jogadores contaminados pelo vírus.

2. A falta da torcida. Um jogo sem público é um “meio jogo”. Assistimos a jogos pela Europa e no RJ e, realmente, é suma sensação estranha.

Mas, há um outro lado, pois a falta da torcida praticamente zera o fator mando de jogo. Estaremos na casa do adversário, mas será um campo neutro, sem interferências externas e, claro, isso pode nos ajudar.

3. Como os times chegam para o jogo? Francamente, os dois chegam longe de condições ideais.

Pelo lado do Palmeiras tivemos a saída, por empréstimo, de Dudu; a suspensão (até agora) de Rony; especulações na imprensa sobre possíveis contaminações pelo COVID 19 de vários atletas (Scarpa, Lucas Lima, Luiz Adriano e Gustavo Gomes), além do técnico.

Longe do preparo físico ideal e com tantos desfalques o jogo será uma incógnita.

É fato que, com cinco substituições possíveis, parte dos problemas pode ser superada e haver, ainda, uma dinâmica diferente em vários momentos da partida, com jogadores com características diferentes.

Teremos que encontrar uma nova fórmula de jogo e, com pouco tempo de treinos e, ainda, parte deles sem o técnico, fica difícil.

O que nos anima é ver que o adversário chega em frangalhos. Um clube mais que endividado, com atrasos seguidos nas folhas de pagamento, penhoras, vendas e devoluções de atletas e, claro, vários contaminados.

O jogo pode selar a desclassificação do rival e, ainda, colocá-lo perto da zona da degola. E isso, certamente, provocará um redemoinho no clube. Por outro lado, em caso de triunfo, sairão fortalecidos.

É um jogo em que a garra e a vontade vão ter que prevalecer.